Dia 1: Gent

Aeroporto de Bruxelas, ala nova, em nada relembra a Portela. Espaços amplos, luminosos, enormes. Desce-se dois pisos, anda-se mais 200 metros, sobe-se dois pisos, vira-se à direita, à esquerda, à direita, à esquerda, tapete do fundo, desce-se um andar, comprar bilhete de comboio, desce-se outro. Estação lúgubre, comboios com passado não violento. Árvores, igrejas de cúpulas em bico, Bruxelas norte, Bruxelas Central, apeadeiros cinzentos com o cimento a cair em virtude do peso da meteorologia, Bruxelas Zuid, árvores, relvados, árvores, estrada secundária, árvores. Cabelo claro, olhos azuis, ar pateta ou frio. Casacos de malha grossa. Gent Sint-Pieters. Plataforma idosa não mediterrânica. Centenas de bicicletas. Tram. Entrar em qualquer porta, sair na de trás. Pedras em vez de alcatrão, com passadeiras não pintadas. Olhos claros, cabelo loiro, ar pateta. Símbolos de cerveja, Stella Artois. Igreja de bico apontada a céu. Nuvens. Sol. Nuvens. Chuva.

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