Figuras da dança no Cinema II

Ora da sessão em que tive a honra de estar presente, dizia o programa que

Uma extrapolação a partir da geometria, variação e combinatória dos gestos e de uma figura, o quadrado, feita a partir de Quad I e II de Samuel Beckett. Propõe-se uma sessão experimental em que se desenvolvem algumas das ideias sugeridas por Quad: a presença da figura geométrica na sua relação com os corpos da acção e com o próprio ecrã (dinâmico); a repetição de estruturas fixas de movimento e o imprevisto e o acaso que lhe são inerentes; a combinatória e a exaustão apresentadas de diversos modos.

Se bem que a atitude é meritória, nada perde de desnecessária. Os filmes que composeram a sessão eram claramente vanguardas no século XX, objectos de difícil descrição mas com a meritória ideia de levar mais longe a reflexão sobre cinema e movimento (mais do que dança). O seu relacionamento com a arte que faz do corpo o seu objecto e fim é puramente teórico e propor um ciclo sobre Figuras da Dança no Cinema deve ser, acima de tudo, uma oportunidade de escapar a um intelectualismo francófono que ainda graça nos meios académicos. Oportunidade falhada, ora pois então.

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