domingo, dezembro 31, 2006
Do melhor de 2006 - o texto
Do melhor de 2006 é o fim. Todos os anos são bons desde que tenham um fim. Ou, de forma mais concreta e anglo-saxónica, closure. Muito em breve, o Animatógrafo terá origem de outro local. Muito em breve o Animatógrafo poderá ter outras visões. Muito em breve, tudo poderá ser diferente. Muito em breve posso ter insónias, programadas há anos, que poderão resultar em algo público. Ou púdico. Ou púbico. Muito em breve tudo poderá ser igual, sendo diferente. Muito em breve toda esta brevidade poderá redundar em languidez. Não tenho cancro. Não sou espírita. Não sou de direita. Não vou emigrar. Não vou permanecer. Não me esqueço. Não me fico. Não resisto. O ano está morto. Viva 2023.
segunda-feira, dezembro 25, 2006
domingo, dezembro 17, 2006
Natal (2)

domingo, dezembro 10, 2006
Natal (1)

Dia de Natal e interessam-me os espaços invadidos pelo frio, junto ao rio, abismados. Dia de Ano Novo e comove-me o frio desesperado à procura de corpo, manhã cedo, ignorando por repulsa as reuniões domésticas. Da mesma forma que há sofás mais quentes em dias de trovoada, quando a cidade se encolhe nas suas formas e se expande na potência de si mesma, há um recrudescer da necessidade de estar, mais do que atravessar o tempo. O copo vê-se como se queira, a água está lá. Na mesma exacta contida proporção do olhar existente. Ou na mesma quantidade de consciência, cheia, vazia. [continua]