terça-feira, abril 29, 2008
[IndieLisboa08] Introspective (****)
segunda-feira, abril 28, 2008
[IndieLisboa08] Charly (*)
[IndieLisboa08] The Heroic Trio (***)
[IndieLisboa08] Happy-Go-Lucky (*****)
[IndieLisboa08] The Field Guide to North America (-)
[IndieMusic] Sim, não há pontuação. Não, a coisa não é má. Só que não é filme. The Field Guide to North America é uma compilação de vídeo-clips e/ou curtas-metragens de músicos ou bandas da corrente independente que têm marcado os Eua e Canadá. E portanto, sim, há trabalho de compilação (os senhores responsáveis pelo projecto chamam-lhe “curadoria”) mas não há realização, a não ser a dos próprios clips. E aqui, declaração de interesses: a quem a música independente for estranha ou repelente será difícil olhar para este trabalho com olhos de ver. Porque, como é óbvio, o trabalho visual tem ligação directa, sem ignição, com os sons produzidos. E o Guide merece duas notas. Uma, para a gente boa que tem lá dentro, a começar em Devendra Banhart, passando por Joanna Newsome e acabando em Smog ou Mice Parade. São ilustres representantes do hype da independente dos últimos anos, e capazes de criar as coisas mais doces, alienadas e interessantes do actual panorama musical fora da caixa pop. Outra, para a excelente escolha de filmes, a maior parte com base em animação, que se configura não só como um deleite visual mas também como lança criativa num meio onde muitas vezes o clip serve apenas para vender discos e não para vender música. Aos curadores, um bem-haja.
[IndieLisboa08] Pas a Nivell (***)
[IndieLisboa08] Mister Lonely (*****)
[IndieLisboa08] Avant Que J'Oublie (****)
sábado, abril 26, 2008
[IndieLisboa08] Joy Division (*****)
[IndieLisboa08] The Mother (**)
[IndieLisboa08] The Flower Bridge (****)
sexta-feira, abril 25, 2008
[IndieLisboa08] Lou Reed's Berlin (***)
quinta-feira, abril 24, 2008
IndieLisboa 2008: the beggining
terça-feira, abril 22, 2008
Chegámos ao Barreiro!
segunda-feira, abril 21, 2008
A verdade é que
O Tony Carreira é careca (eu sei)

segunda-feira, abril 14, 2008
domingo, abril 13, 2008
Eu Vou
A verdade é que
Youth Without Youth (*****)

É um facto indesmentível que Francis Ford Coppola já entrou na história do cinema antes de Youth Without Youth. Terá bastado Apocalypse Now e a triologia The Godfather para o norte-americano figurar na galeria máxima do motion picture mundial, nomeadamente como um dos expoentes máximos do lado de lá do Atlântico. Ainda assim, aos mestres exige-se mais do que aos defuntos, e a Coppola exigiu-se durante muito o seguimento daquela que foi uma das mais brilhantes carreiras cinematográficas dos anos 70 e 80. Já Dracula, lançado para os ecrãs em 1992, tinha sido uma respiração forte do realizador que parecia apagado. Mas depois nada veio e Coppola começou a mistificar-se. Chegados ao dia de hoje, chegados a 2008, eis que Coppola regressa. Youth Without Youth é definitivamente um dos filmes do ano e recupera o americano à luz do cinema, mesmo que públicos e/ou crítica não lhe queiram granjear louvores. O filme é um Coppola que não é um Coppola e assim se torna um Coppola. Paradoxos à parte, explica-se. É um Coppola porque assinado, de forma profunda, pelo realizador. Não é um Coppola porque foge quase por completo a uma cinematografia de origem formalmente norte-americana, singrada nas feridas dos Estados, sejam a história da maior organização underground em terras de Sam - a Máfia - ou o desastre que mais terá marcado a história bélica do século XX a olhos unidenses - Vietnam. E acaba por ser de Coppola precisamente por não ser, por ser um objecto assumidamente experimentalista, com os dois pés e cabeça fora de uma realidade palpável, e por devolver um Coppola que arrisca no limite, que recupera uma visão de jovem criador, ainda que aproveitando o branco das suas barbas e os quilómetros de película que as habita. A história não é simples: Dominic Matei, septuagenário, linguísta estudioso da origem das línguas com trabalho inacabado, é fulminado por um raio em plena Bucareste. Contrariando a morte, Dominic vê-se paradoxalmente regenarado pela carga eléctrica, que lhe devolve uma juventude perdida há muito. Com nova pele e uma face 30 anos mais nova, vem uma hiper-memória que o leva a um novo plano mental e cognitivo. Identificado pela Gestapo e alvo de enorme curiosidade científica pelos planos de Hitler, Dominic exila-se para reencontrar, depois de muita coisa, a mulher perdida na juventude, agora encarnada em Veronica. Esta, por karma também alvo da ira das nuvens, tem um comportamento inverso e entra em estados proto-mediunísticos, recuando todas as noites a uma era cada vez mais antiga e mais próxima da origem da linguagem. Cada noite Veronica, ao contrário de Dominic, envelhece de forma clara, expondo a antítese do romeno. Youth Without Youth é um filme profundamente filosófico, que obriga o espectador a um contínuo trabalho de questionamento dos conteúdos simbólicos das imagens e das personagens. Coppola, através de um trabalho esteticamente evoluído e de um argumento de complexidade máxima, introduz discussões sobre o excesso e a falta memória, sobre as origens da linguagem, sobre o relacionamento humano e as decisões tomadas em virtude de encruzilhadas kármicas, não se esquecendo de abordar determinadas visões possíveis a meio do século sobre um futuro que, a habitantes do planeta atómico, parecia justificadamente diferente do que sabemos ter-se concretizado. Tim Roth, num papel de transparente dualidade, é perfeito, Alexandra Maria Lara é a face da ternura e do terror que Coppola precisava e até o envelhecido Bruno Ganz cumpre, como sempre, o perfil científico-histórico que lhe é exigido. Youth Without Youth é um documento de cinema completo, em forma, conteúdo e estética, assinado, e com substância para permanecer num tempo em que os filmes são mastigados em vigor de reciclagem. O Animatógrafo curva-se, de novo, perante si, senhor Coppola. De novo.
quarta-feira, abril 09, 2008
Imprensa da felicidade (ou mais uma afirmação da minha intelectualidade)
FRANCIS FORD COPPOLA PRESENTS
E todo eu tremo como que a meter o preservativo ao contrário. Abro, e na primeira página a face de Harmony Korine a rezar para a lente, numa sala de Santa Iria da Azóia com sete televisões, um quadro de uma mulher com cabelo apanhado e um gato gordo, uma cama, muitos candeeiros de eras diferentes e um cadeirão com cara de Thatcher. O cheiro da tinta é arejado mas antigo, e a letra tem um ar sério, de gente grande que não brinca às magazines mas pensa na vida.
De um pacote branco, gordo, duas Grantas. A da frente, orgulhosa mas simples, diz que é a edição número 100 e tem textos de Martin Amis, Doris Lessing, Ian McEwan, Harold Pinter, Salman Rushdie, Mario Vargas Llosa. E de mais outros tantos. Na capa revejo o mote
THE MAGAZINE OF NEW WRITING
e enterneço-me com a ideia da revistinha ter lançado putos para a vida má das letras, e eles terem crescido para serem hoje homenzinhos com assombrações em forma de livros, em casas públicas de má fama de nome livrarias. Atrás, sorridente, a edição especial Best of Young American Novelists, letras borbulhosas em tons de laranja e verde a gritar por atenção. Na lista da contra-capa Jonathan Safran Foer incha, mas a explicação fala em seis anos de leituras compulsivas de um júri que analisou os trabalhos de dezenas de crianças literárias, homens feitos durante o dia, breves imberbes à noite das letras. Cheira a Barnes & Nobles do Soho. Cheira a fraldas, com fotografias de gente magricela e de maçã de adão proeminente a saltar páginas fora. Cheira a viagem de finalistas sem bebedeiras efectivas. Daqui a uns anos. O senhor carteiro deixou debaixo do tapete porque nada cabia na caixa do correio. Tudo grande demais. Os carteiros são homens sábios.
segunda-feira, abril 07, 2008
domingo, abril 06, 2008
sábado, abril 05, 2008
Animatógrafo no MusicBox

A vida tem destas coisas. Ponderadas todas as hipóteses, os tipos porreiros do Musicbox decidiram baptizar uma nova iniciativa precisamente como "Animatógrafo". Não, não tem nada a ver aqui com o tasco. Ou até tem. Não tem porque (infelizmente?) não tenho nada a ver com a organização da coisa. Mas até tem porque tem a ver, claro está, com cinema. Ao que reza o press, a coisa prevê a projecção de filmes de animação escolhidos por ilustradores como André Carrilho ou José Fonte Santa. E os dois primeiros são um primor. A começar, já na próxima quarta-feira, o clássico Yellow Submarine, viagem psicadélica com os Beatles por mote. Dia 16, uma peça incontornável do cinema de animação, e raramente visto por estas bandas: Fritz the Cat, 78 minutos de um gato pornográfico, agarrado e com pinta, num documento de 1972 que é um prodígio de liberdade criativa. As sessões são, como já se percebeu, às quartas, pelas 22:30h, com entrada livre, ali para as bandas da R. Nova do Carvalho, ao Cais do Sodré. Absolutamente a não perder, sobretudo o chico-esperto do Fritz. Mais info aqui.