segunda-feira, setembro 29, 2008
domingo, setembro 28, 2008
quinta-feira, setembro 25, 2008
O golpe do veterano, a reza da feiticeira, o dinheiro da malta
Ao rubro. Ainda nenhum debate presidencial teve lugar nos EUA e já a situação está ao rubro. Esta tarde John McCain suspendeu a sua campanha. Diz o republicano que a situação está difícil, que é preciso trabalhar em prol da proposta de Bush para ajudar o sistema financeiro e que, assim, regressa a Washington à procura de um consenso. Apela a Barack Obama para que faça o mesmo. Assume que não está disponível para o debate de sexta-feira, o primeiro. O veterano McCain, a perder terreno de dia para dia nas sondagens, ataca forte tentando liderar a campanha e marcar a agenda mediática a seu favor, procurando inverter a lógica da realidade. E a posição de Obama não era fácil: ou aceitava o adiamento do debate e dá parte fraca, ou mantém posição e corre o risco de parecer pouco preocupado com o futuro da nação. Obama fez a única coisa que podia e devia: está a esta hora presente na reunião com Bush, mas afirmou antes que mantém intenção de debate e que é agora, precisamente agora, que os americanos têm e devem ouvir quem vai ter que lidar com a situação daqui a quarenta dias. McCain, perante um debate que inevitavelmente vai focar o estado da economia (ainda que o tema "oficial" seja política externa), bateu em retirada sabendo que dali não viria nada de bom. No mesmo dia, exactamente no mesmo dia, surge um vídeo de Sarah Palin (quem mais?) a rezar contra a feitiçaria e Satanás. É mais uma acha para uma fogueira que se virou contra os republicanos, mas tem a sorte de aparecer no dia em que menos importava. No fim de contas, os republicanos viram o efeito da convenção desvanecer-se e Obama voltar a ganhar a dianteira nas sondagens, e desesperam. No entretanto, a maior ironia alguma vez vista para lá don Atlântico: a maior economia de mercado do mundo, alicerçada no liberalismo mais feérico e na quase total ausência sequer de regulação, vê-se à rasca. E quem vai em auxílio é o contribuinte. O mesmo que não tem dinheiro para pagar a hipoteca da casa, ou o seguro de saúde mais básico, num país onde não existe sistema nacional de saúde. Bush quer a aprovação de um pacote que prevê a utilização de milhões sem vista, num volume 50 por cento superior a todo o dinheiro que o FMI já gastou na história. O mesmo Bush que durante dez anos não quiz saber do crescimento (ou sequer existencia?) do sub-prime, que minou qualquer tentativa de controlo da economia, que olhou para o território como terra livre de constrangimentos e preferiu ir ocupar países sem armas de destruição maciça, o mesmo com uma paranóia securitária que levou milhões de dólares para a morte de jovens do outro lado do mundo. É verdadeiramente fascinante ver o maior idiota de todos os tempos na Casa Branca querer agora dar ares de Estaline e controlar uma situação que ainda ninguém conseguiu estimar na totalidade, comprando dívidas que ninguém sabe avaliar e intervindo numa economia habituada ao laissez faire, laissez passer em estilo rodeo engravatado. Ironia da história, o sonho americano é agora alvo de intervenção. Caro senhor McCarthy, prenda-o: ele é comunista.
quarta-feira, setembro 24, 2008
Pieter-Dirk Uys

terça-feira, setembro 23, 2008
quarta-feira, setembro 17, 2008
Viagem ao passado recente - V
1995. A Europa crescia para norte, com a adesão da Áustria, Suécia e Finlândia à União Europeia. Eric Cantona pontapeava um adepto do Crystal Palace menos simpático como um verdadeiro ninja, enquanto o Barings Bank colapsa às mãos de um corrector soturno. O estado do Mississipi aprova a abolição da escravatura mais de cem anos depois da ratificação no resto do país. O acordo de Schengen entra em vigor, e Braveheart ganha o óscar para Melhor Filme com Mel Gibson no topo da carreira. Jacques Chirac chega à presidência da França na Primavera, e Paris sofre um atentado à bomba no metro já o Verão ia alto. A Microsoft lança o Windows 95, e Rio Tinto é elevado a cidade. A Playstation faz a primeira aparição nos EUA. OJ Simpson é ilibado da morte brutal da mulher, enquanto um pastor evangélico da Igreja Universal do Reino de Deus dá pontapés numa estátua de Nossa Senhora nos ecrãs de televisão. A Miss Mundo é venezuelana, e a telenovela da RTP é Roseira Brava. Gilles Deleuze suicida-se no mesmo dia em que Yitzhak Rabin é assassinado em Tel Aviv. Ginger Rogers despede-se da vida a 25 de Abril, enquanto Kostadinov, Domingos e Drulovic levaram o FC Porto ao primeiro de cinco campeonatos consecutivos. Em Oklahoma, a 19 de Abril, Timothy McVeigh e Terry Nichols vingam David Koresh e a destruída seita de Waco. Uma bomba é detonada às 9:02 da manhã no edifício federal Alfred P. Murrah, destruindo grande parte do mesmo e provocando o pânico na cidade. Duas outras bombas são identificadas e desactivadas, mas o mundo ficava com o horror de 168 pessoas mortas, incluindo crianças. Na Europa a visão é de um problema interno dos states, coisas de malucos da religião em quintas isoladas e belicismo à flor da pele. Durante muito tempo, foi o pior ataque terrorista em solo norte-americano. Estávamos a seis anos do 11 de Setembro, a 2000 km de Nova Iorque.
domingo, setembro 14, 2008
Radiohead ao vivo, para audição geral
Cite-se um blog que cita um site: o Sound + Vision, projecto de João Lopes e Nuno Galopim dedicado precisamente à imagem e ao som, nas suas infindáveis expressões, alerta para talvez um dos mais extraordinários concertos das últimas décadas. São os Radiohead ao vivo no Santa Barbara Bowl, a 28 de Agosto último. Foram mais de duas horas a revisitar não só o último In Rainbows mas também tudo o resto, de Pablo Honey a Kid A, de Amnesiac a The Eraser (o trabalho a solo de Thom Yorke), num exercício musical (e visual) de difícil adjectivação, diz quem viu. O texto de João Lopes sobre isto está aqui. Mas sublinhe-se o apontar para o texto de Bob Boilen, batido nas andanças de concertos, no seu programa All Songs Considered, para a NPR. Numa era de contínua apropriação de informação com a tarefa incólume de a "vender" como originalidade descoberta por motu próprio, saúda-se a ética e saúde do blog português, escrita e mostrada todos os dias por dois dos maiores profissionais e interessados na área do som e imagem. O texto de Boilen está disponível aqui. E, enorme rebuçado, o concerto também. Tal como outros, como dos Fleet Foxes ou dos Spiritualized, por exemplo.
segunda-feira, setembro 08, 2008
Motelx 2008: balanço

Motelx 2008: Teeth (*****)

Motelx 2008: Sheitan (****)

Motelx 2008: Frontiére(s) (****)

Motelx 2008: Stuck (*****)

sábado, setembro 06, 2008
Motelx 2008: À L'Interieur (**)

Motelx 2008: Animal, el documental (*)

Motelx 2008: Encarnação do Demônio (****)

quinta-feira, setembro 04, 2008
Motelx 2008: Hiena (***)

Motelx 2008: Doomsday (*)

quarta-feira, setembro 03, 2008
segunda-feira, setembro 01, 2008
Motelx 2008: lançamento
Pela segunda vez este ano, o Animatógrafo dedica-se a um festival de cinema. Desta feita, depois do IndieLisboa em Abril, todos os sentidos apontados ao Motelx, Festival Internacional de Cinema de Terror de Lisboa, que ao segundo ano parece dar um salto em frente. O evento começa já esta quarta-feira, dia 3, e termina no domingo, dia 7, sempre no cinema S. Jorge. O Animatógrafo tem dez filmes apontados para visionamento, abrangendo quase todas as secções. Os destaques vão para Doomsday, de Neil Marshall, Teeth, de Mitchell Lichtenstein, Animal, de Angel Mora, Diary of the Dead, de George Romero, e Stuck, de Stuart Gordon. O Motelx organiza-se, desta feita, em volta de uma secção principal, Room Service, mas olha também para o novo terror francês e homenageia o mestre do estilo em terras de Vera Cruz, José Mojica Marins. O também conhecido por Zé do Caixão traz a última ressureição da personagem a Lisboa mostrando Encarnação do Demônio, terminado já este ano e que encerra a triologia começada nos anos 60. Há ainda espaço para uma secção para os mais novos, Lobo Mau, que é um risco (vamos ver como corre), para curtas-metragens, algumas portuguesas, que passam antes das longas e não em secção própria (boa opção num evento ainda não solidificado), e para Doc Terror, secção dedicada a documentários precisamente sobre o género, que nos parece uma excelente ideia. A iniciativa e organização é do Cineclube de Terror de Lisboa, que assim parece mostrar saber crescer com um público específico mas que é claramente do mundo dos vivos. O Animatógrafo fará um esforço para escrever sobre todos os filmes que vir. Que venha o sangue.