sexta-feira, outubro 24, 2008
terça-feira, outubro 21, 2008
docLisboa 2008: Novela na Santa Casa (*****)

docLisboa 2008: Gonzo, the life and work of Dr. Hunter S. Thompson (*****)

docLisboa 2008: My Enemy's Enemy (*****)

docLisboa 2008: Aka Ana (***)

docLisboa 2008: Alone in Four Walls (****)

segunda-feira, outubro 20, 2008
docLisboa 2008: O meu amigo Mike ao trabalho (****)
[Riscos e Ensaios] O breve documentário sobre Michael Biberstein, praticamente desconhecido em Portugal, tem à cabeça um enorme atractivo: é de Fernando Lopes. O realizador português, autor do mítico Belarmino, é e será para a posteridade uma figura maior do cinema nacional, e tudo em que toca revela-se dourado. O meu amigo Mike ao trabalho é, mais do que um documentário, o registo de um acto criador. Biberstein, que vive em Portugal há 30 anos, é um pintor reconhecido mundialmente com obras em grandes museus, e é amigo de Lopes. E do desafio deste surgiu o filme que marca a criação de uma tela por parte do pintor meio suíço meio americano, radicado no Alentejo profundo. Na solidão do seu hangar, Mike atira-se à tela quase que em transe. A câmera é um espectador silencioso ao fundo da sala, e Biberstein um fantasma que deambula pela tela, ora a esfregar com tinta diluída o local onde nascerá uma mancha, ora sentado feito espectador de si mesmo, ora nos dois papéis simultaneamente, graças ao trabalho de manipulação de imagem de Lopes. Os 49 minutos que se vêem no ecrã da sala escura são assim a imagem de uma criação no seu estado quase religioso, onde as cores, imagens ou premonições se revelam como numa fotografia, à espreita de céu, alquimicamente. Fernando Lopes capta todo o transe que preside à tarefa da criação com uma candura e potenciação de significados fantásticos. E o demais é que o próprio Mike espreita, conta no fim, pela óculo da câmera para ver a criação com outros olhos. Filme sobre a pintura ou pintura sobre filme, o trabalho de Fernando Lopes é uma criação ao mesmo tempo simples e complexa sobre a verdadeira religião humana: a criação da arte.
docLisboa 2008: Z32 (*****)
[Sessão Especial] O último que havíamos visto de Avi Mograbi tinha sido Avenge but one of my two eyes (ler crítica de então aqui), precisamente no docLisboa, em 2005. Mograbi era ele mesmo, mergulhando no conflito israelo-árabe de frente. O seu novo filme, Z32, abriu o docLisboa 2008 depois de ter passado por Veneza, e tem uma diferença: não mergulha no conflito, arranca-lhe o estômago. Primeiro plano: um homem e uma mulher num quarto pequeno, descontraídos, falam em silêncios breves e pensam entre si e para consigo mesmos. Uma mancha enorme e espessa cobre as suas caras. Interlúdio: Avi, de rosto escondido por uma meia preta, olha para a câmera e descreve como seria o filme. Vai abrindo pequenos buracos que deixam ver os olhos e a boca, porque não dá para respirar. Não dá. Está em sua casa, a mulher entra na sala, tudo é filme. Voltamos à mulher e ao homem, e agora a mancha densa sobre a face dá lugar a uns olhos e uma boca. O resto uma nuvem nublada, uma identidade que se esconde, mas que se revela. E o jovem começa a assumir a realidade do passado: sim, fui ensinado a matar, sim, fizeram de mim uma máquina, tratado a porrada e fome, alienado do campo visível do real. Sim, matei. A namorada, envolvida tanto no amor como na repulsa, olha o vazio à procura de respostas. "Conta-me a minha história". Ela hesita, a procurar a zona onde entrar na pele dele. "Conta-me como se fosses eu". Interlúdio: Avi Mograbi de pé na sua sala, em sua casa, deixa o piano avançar e abre a voz para cantar a miséria e a morte. Avi Mograbi canta. O soldado, israelita, não sabe onde matou. "Levaram-nos de noite, não sei se virámos à esquerda ou à direita, não sei". A mancha, que se coloriza a pouco e pouco, dá lugar a uma máscara digital, um novo rosto, cor de pele. Avi conduz à procura do lugar da morte, e o soldado abre a retina à procura das memórias do massacre, "foi aqui", "corri por estas pedras", "dispáramos como se fossem cães", "eram cães no escuro, não pensas que eram homens, eram manchas", "foi aqui que o matei, e gostei". Interlúdio: Avi rodeado de músicos de uma pequena orquestra no meio da sala, canta. "A minha mulher diz que isto não é tema para um filme, ela diz para não o fazer". Avi canta que ele gostou, e agora como perdoar ao soldado que gostou de matar. Avi perdoa, a cantar. "Conta-me a minha história". Ela pára. Z32 é um filme soberbo, vísceral, impensável, agridoce, que arranca o estômago a um conflito que se diz religioso mas parece ser sobre a morte e o medo do seu sabor na boca.
sexta-feira, outubro 17, 2008
docLisboa 2008: lançamento
Depois do IndieLisboa, o docLisboa é o grande festival pelo qual o Animatógrafo aguarda. Num último quarto de ano inundado de eventos, festivais e mostras, o docLisboa é rei nas preferências de quem aqui escreve. Porque é uma oportunidade única de ver filmes que, caso contrário, nunca passariam em sala em Portugal. Porque é uma iniciativa madura, sólida e profissional. Porque é uma janela de pensamento aberta no mapa estéril da Cultura em Portugal, não se limitando a ser uma mostra de cinema mas afirmando-se como espaço de debate e apresentação de ideias, nas mais diversas e variadas direcções. O docLisboa teve a sua sessão de abertura hoje (com o magnífico Z32 do israelita Avi Mograbi) e vai até dia 26, apresentanto perto de 180 filmes. Da nossa parte, são praticamente 30 os escolhidos no nosso plano de visionamento, e já temos consciência que vai ser praticamente impossível de o cumprir (vai ser uma semana difícil). Ainda assim, à semelhança do que temos feito noutros festivais, tentar-se-á uma cobertura o mais completa quanto possível. Ainda assim também, vai ser muito difícil escrever sobre todos os filmes vistos, pelo que nos vamos centrar nos que nos merecerem texto, pela positiva ou pela negativa. Diz Sérgio Tréfaut, figura tutelar o festival, que "haverão outros Outubros". Nessa certeza, vamos aproveitar este ao máximo.
domingo, outubro 12, 2008
quinta-feira, outubro 09, 2008
Nobel da literatura 2008
O Animatógrafo assinala a atribuição do Nobel da Literatura a Jean-Marie Gustave Le Clézio, autor francês ligado às Ilhas Maurícias e com uma temática vincada em África. Não conhecendo a obra de Le Clézio, o Animatógrafo sublinha, de novo e parece que para sempre, a omissão de autores como Philip Roth ou António Lobo Antunes. A história está cheia de esquecidos do Nobel, de Borges a Joyce, de Musil a Beauvoir, e desta feita a academia até premiou um nome que fazia parte da lista de apostas, mas isso não desculpa a continuada tarefa de obliteração do reconhecimento a autores a quem o mesmo é devido.
quarta-feira, outubro 08, 2008
Festa do Cinema Francês 2008: Entre'acte (*****)

Próximo visionamento: Cartouches Gauloises, de Medhi Charef, hoje, às 19:30h, S. Jorge
Festa do Cinema Francês 2008: Bord de Mer (**)

domingo, outubro 05, 2008
Festa do Cinema Francês 2008: Waltz with Bachir (*****)

Próximo visionamento: Bord de Mer, de Julie Lopes-Curval, hoje, às 21h, S. Jorge
sexta-feira, outubro 03, 2008
Festa do Cinema Francês 2008: Les Femmes de L'ombre (***)

Próximo visionamento: Valse avec Bachir, de Ari Folman, hoje, às 22h, S. Jorge
quinta-feira, outubro 02, 2008
Festa do Cinema Francês 2008: lançamento

La Soledad (****)
