
quinta-feira, dezembro 18, 2008
segunda-feira, dezembro 08, 2008
Eu detesto o Natal
... e há que aproveitar todas as oportunidades para o afirmar. Pior só mesmo Santana Lopes na CML. Mas primeiro vamos tratar do Natal.
Nippon Koma
Cá está: em mês desse desespero e origem de todos os males que é o Natal, ainda há razões para sorrir. Há já vários anos que o Nippon Koma toma a Culturgest de assalto e durante uma semana temos cinema japonês em dose comedida mas produtiva. Este ano o Animatógrafo não vai conseguir ter a mesma atenção que em outras edições, mas contamos ir ver qualquer coisa. Entre cinema de animação e documentários, até sábado vale a pena deixar as compras de peúgas para dia 24 de parte e olhar para o boneco. No caso, japonês, o melhor.
quinta-feira, dezembro 04, 2008
quinta-feira, novembro 27, 2008
sexta-feira, novembro 14, 2008
décimo sétimo regresso
Tenho saudades (manca-me) polaroid. O químico era
doce.
E os dias passavam-se à sombra das nuvens de fumo, moendo dentes de álcool, atirando romãs aos gatos. A cor obtinha-se desfocando gravemente as dioptrias da pele das cadeiras, nova feito
plástico com cheiro, e em processo orgânico familiar. Shoot. Posta
uma mesa rotativa para cinco, aos pares, o cachimbo era então construído do castanho para a retina,
do cinzento para o banal,
com areia à mistura. Fala-se alto. Os pinta-roxos lidos algures entre Évora e Canal Caveira formam-se na antítese das penas, e cada película é uma sujidade alternativa das cordas. Ao canto, um ombro raspado. Um ângulo construído pela forma do indicador, ou antes a ideia de um tempo que não chegou a existir, entre culpas argelinas e o som abafado da carpete da sala. À luz, água. Dobrando a cervical, tudo já parece pouco mais do que.
doce.
E os dias passavam-se à sombra das nuvens de fumo, moendo dentes de álcool, atirando romãs aos gatos. A cor obtinha-se desfocando gravemente as dioptrias da pele das cadeiras, nova feito
plástico com cheiro, e em processo orgânico familiar. Shoot. Posta
uma mesa rotativa para cinco, aos pares, o cachimbo era então construído do castanho para a retina,
do cinzento para o banal,
com areia à mistura. Fala-se alto. Os pinta-roxos lidos algures entre Évora e Canal Caveira formam-se na antítese das penas, e cada película é uma sujidade alternativa das cordas. Ao canto, um ombro raspado. Um ângulo construído pela forma do indicador, ou antes a ideia de um tempo que não chegou a existir, entre culpas argelinas e o som abafado da carpete da sala. À luz, água. Dobrando a cervical, tudo já parece pouco mais do que.
quarta-feira, novembro 12, 2008
Superbock em Stock

domingo, novembro 09, 2008
domingo, novembro 02, 2008
sexta-feira, outubro 24, 2008
terça-feira, outubro 21, 2008
docLisboa 2008: Novela na Santa Casa (*****)

docLisboa 2008: Gonzo, the life and work of Dr. Hunter S. Thompson (*****)

docLisboa 2008: My Enemy's Enemy (*****)

docLisboa 2008: Aka Ana (***)

docLisboa 2008: Alone in Four Walls (****)

segunda-feira, outubro 20, 2008
docLisboa 2008: O meu amigo Mike ao trabalho (****)
[Riscos e Ensaios] O breve documentário sobre Michael Biberstein, praticamente desconhecido em Portugal, tem à cabeça um enorme atractivo: é de Fernando Lopes. O realizador português, autor do mítico Belarmino, é e será para a posteridade uma figura maior do cinema nacional, e tudo em que toca revela-se dourado. O meu amigo Mike ao trabalho é, mais do que um documentário, o registo de um acto criador. Biberstein, que vive em Portugal há 30 anos, é um pintor reconhecido mundialmente com obras em grandes museus, e é amigo de Lopes. E do desafio deste surgiu o filme que marca a criação de uma tela por parte do pintor meio suíço meio americano, radicado no Alentejo profundo. Na solidão do seu hangar, Mike atira-se à tela quase que em transe. A câmera é um espectador silencioso ao fundo da sala, e Biberstein um fantasma que deambula pela tela, ora a esfregar com tinta diluída o local onde nascerá uma mancha, ora sentado feito espectador de si mesmo, ora nos dois papéis simultaneamente, graças ao trabalho de manipulação de imagem de Lopes. Os 49 minutos que se vêem no ecrã da sala escura são assim a imagem de uma criação no seu estado quase religioso, onde as cores, imagens ou premonições se revelam como numa fotografia, à espreita de céu, alquimicamente. Fernando Lopes capta todo o transe que preside à tarefa da criação com uma candura e potenciação de significados fantásticos. E o demais é que o próprio Mike espreita, conta no fim, pela óculo da câmera para ver a criação com outros olhos. Filme sobre a pintura ou pintura sobre filme, o trabalho de Fernando Lopes é uma criação ao mesmo tempo simples e complexa sobre a verdadeira religião humana: a criação da arte.
docLisboa 2008: Z32 (*****)
[Sessão Especial] O último que havíamos visto de Avi Mograbi tinha sido Avenge but one of my two eyes (ler crítica de então aqui), precisamente no docLisboa, em 2005. Mograbi era ele mesmo, mergulhando no conflito israelo-árabe de frente. O seu novo filme, Z32, abriu o docLisboa 2008 depois de ter passado por Veneza, e tem uma diferença: não mergulha no conflito, arranca-lhe o estômago. Primeiro plano: um homem e uma mulher num quarto pequeno, descontraídos, falam em silêncios breves e pensam entre si e para consigo mesmos. Uma mancha enorme e espessa cobre as suas caras. Interlúdio: Avi, de rosto escondido por uma meia preta, olha para a câmera e descreve como seria o filme. Vai abrindo pequenos buracos que deixam ver os olhos e a boca, porque não dá para respirar. Não dá. Está em sua casa, a mulher entra na sala, tudo é filme. Voltamos à mulher e ao homem, e agora a mancha densa sobre a face dá lugar a uns olhos e uma boca. O resto uma nuvem nublada, uma identidade que se esconde, mas que se revela. E o jovem começa a assumir a realidade do passado: sim, fui ensinado a matar, sim, fizeram de mim uma máquina, tratado a porrada e fome, alienado do campo visível do real. Sim, matei. A namorada, envolvida tanto no amor como na repulsa, olha o vazio à procura de respostas. "Conta-me a minha história". Ela hesita, a procurar a zona onde entrar na pele dele. "Conta-me como se fosses eu". Interlúdio: Avi Mograbi de pé na sua sala, em sua casa, deixa o piano avançar e abre a voz para cantar a miséria e a morte. Avi Mograbi canta. O soldado, israelita, não sabe onde matou. "Levaram-nos de noite, não sei se virámos à esquerda ou à direita, não sei". A mancha, que se coloriza a pouco e pouco, dá lugar a uma máscara digital, um novo rosto, cor de pele. Avi conduz à procura do lugar da morte, e o soldado abre a retina à procura das memórias do massacre, "foi aqui", "corri por estas pedras", "dispáramos como se fossem cães", "eram cães no escuro, não pensas que eram homens, eram manchas", "foi aqui que o matei, e gostei". Interlúdio: Avi rodeado de músicos de uma pequena orquestra no meio da sala, canta. "A minha mulher diz que isto não é tema para um filme, ela diz para não o fazer". Avi canta que ele gostou, e agora como perdoar ao soldado que gostou de matar. Avi perdoa, a cantar. "Conta-me a minha história". Ela pára. Z32 é um filme soberbo, vísceral, impensável, agridoce, que arranca o estômago a um conflito que se diz religioso mas parece ser sobre a morte e o medo do seu sabor na boca.
sexta-feira, outubro 17, 2008
docLisboa 2008: lançamento
Depois do IndieLisboa, o docLisboa é o grande festival pelo qual o Animatógrafo aguarda. Num último quarto de ano inundado de eventos, festivais e mostras, o docLisboa é rei nas preferências de quem aqui escreve. Porque é uma oportunidade única de ver filmes que, caso contrário, nunca passariam em sala em Portugal. Porque é uma iniciativa madura, sólida e profissional. Porque é uma janela de pensamento aberta no mapa estéril da Cultura em Portugal, não se limitando a ser uma mostra de cinema mas afirmando-se como espaço de debate e apresentação de ideias, nas mais diversas e variadas direcções. O docLisboa teve a sua sessão de abertura hoje (com o magnífico Z32 do israelita Avi Mograbi) e vai até dia 26, apresentanto perto de 180 filmes. Da nossa parte, são praticamente 30 os escolhidos no nosso plano de visionamento, e já temos consciência que vai ser praticamente impossível de o cumprir (vai ser uma semana difícil). Ainda assim, à semelhança do que temos feito noutros festivais, tentar-se-á uma cobertura o mais completa quanto possível. Ainda assim também, vai ser muito difícil escrever sobre todos os filmes vistos, pelo que nos vamos centrar nos que nos merecerem texto, pela positiva ou pela negativa. Diz Sérgio Tréfaut, figura tutelar o festival, que "haverão outros Outubros". Nessa certeza, vamos aproveitar este ao máximo.
domingo, outubro 12, 2008
quinta-feira, outubro 09, 2008
Nobel da literatura 2008
O Animatógrafo assinala a atribuição do Nobel da Literatura a Jean-Marie Gustave Le Clézio, autor francês ligado às Ilhas Maurícias e com uma temática vincada em África. Não conhecendo a obra de Le Clézio, o Animatógrafo sublinha, de novo e parece que para sempre, a omissão de autores como Philip Roth ou António Lobo Antunes. A história está cheia de esquecidos do Nobel, de Borges a Joyce, de Musil a Beauvoir, e desta feita a academia até premiou um nome que fazia parte da lista de apostas, mas isso não desculpa a continuada tarefa de obliteração do reconhecimento a autores a quem o mesmo é devido.
quarta-feira, outubro 08, 2008
Festa do Cinema Francês 2008: Entre'acte (*****)

Próximo visionamento: Cartouches Gauloises, de Medhi Charef, hoje, às 19:30h, S. Jorge
Festa do Cinema Francês 2008: Bord de Mer (**)

domingo, outubro 05, 2008
Festa do Cinema Francês 2008: Waltz with Bachir (*****)

Próximo visionamento: Bord de Mer, de Julie Lopes-Curval, hoje, às 21h, S. Jorge
sexta-feira, outubro 03, 2008
Festa do Cinema Francês 2008: Les Femmes de L'ombre (***)

Próximo visionamento: Valse avec Bachir, de Ari Folman, hoje, às 22h, S. Jorge
quinta-feira, outubro 02, 2008
Festa do Cinema Francês 2008: lançamento

La Soledad (****)

segunda-feira, setembro 29, 2008
domingo, setembro 28, 2008
quinta-feira, setembro 25, 2008
O golpe do veterano, a reza da feiticeira, o dinheiro da malta
Ao rubro. Ainda nenhum debate presidencial teve lugar nos EUA e já a situação está ao rubro. Esta tarde John McCain suspendeu a sua campanha. Diz o republicano que a situação está difícil, que é preciso trabalhar em prol da proposta de Bush para ajudar o sistema financeiro e que, assim, regressa a Washington à procura de um consenso. Apela a Barack Obama para que faça o mesmo. Assume que não está disponível para o debate de sexta-feira, o primeiro. O veterano McCain, a perder terreno de dia para dia nas sondagens, ataca forte tentando liderar a campanha e marcar a agenda mediática a seu favor, procurando inverter a lógica da realidade. E a posição de Obama não era fácil: ou aceitava o adiamento do debate e dá parte fraca, ou mantém posição e corre o risco de parecer pouco preocupado com o futuro da nação. Obama fez a única coisa que podia e devia: está a esta hora presente na reunião com Bush, mas afirmou antes que mantém intenção de debate e que é agora, precisamente agora, que os americanos têm e devem ouvir quem vai ter que lidar com a situação daqui a quarenta dias. McCain, perante um debate que inevitavelmente vai focar o estado da economia (ainda que o tema "oficial" seja política externa), bateu em retirada sabendo que dali não viria nada de bom. No mesmo dia, exactamente no mesmo dia, surge um vídeo de Sarah Palin (quem mais?) a rezar contra a feitiçaria e Satanás. É mais uma acha para uma fogueira que se virou contra os republicanos, mas tem a sorte de aparecer no dia em que menos importava. No fim de contas, os republicanos viram o efeito da convenção desvanecer-se e Obama voltar a ganhar a dianteira nas sondagens, e desesperam. No entretanto, a maior ironia alguma vez vista para lá don Atlântico: a maior economia de mercado do mundo, alicerçada no liberalismo mais feérico e na quase total ausência sequer de regulação, vê-se à rasca. E quem vai em auxílio é o contribuinte. O mesmo que não tem dinheiro para pagar a hipoteca da casa, ou o seguro de saúde mais básico, num país onde não existe sistema nacional de saúde. Bush quer a aprovação de um pacote que prevê a utilização de milhões sem vista, num volume 50 por cento superior a todo o dinheiro que o FMI já gastou na história. O mesmo Bush que durante dez anos não quiz saber do crescimento (ou sequer existencia?) do sub-prime, que minou qualquer tentativa de controlo da economia, que olhou para o território como terra livre de constrangimentos e preferiu ir ocupar países sem armas de destruição maciça, o mesmo com uma paranóia securitária que levou milhões de dólares para a morte de jovens do outro lado do mundo. É verdadeiramente fascinante ver o maior idiota de todos os tempos na Casa Branca querer agora dar ares de Estaline e controlar uma situação que ainda ninguém conseguiu estimar na totalidade, comprando dívidas que ninguém sabe avaliar e intervindo numa economia habituada ao laissez faire, laissez passer em estilo rodeo engravatado. Ironia da história, o sonho americano é agora alvo de intervenção. Caro senhor McCarthy, prenda-o: ele é comunista.
quarta-feira, setembro 24, 2008
Pieter-Dirk Uys

terça-feira, setembro 23, 2008
quarta-feira, setembro 17, 2008
Viagem ao passado recente - V
1995. A Europa crescia para norte, com a adesão da Áustria, Suécia e Finlândia à União Europeia. Eric Cantona pontapeava um adepto do Crystal Palace menos simpático como um verdadeiro ninja, enquanto o Barings Bank colapsa às mãos de um corrector soturno. O estado do Mississipi aprova a abolição da escravatura mais de cem anos depois da ratificação no resto do país. O acordo de Schengen entra em vigor, e Braveheart ganha o óscar para Melhor Filme com Mel Gibson no topo da carreira. Jacques Chirac chega à presidência da França na Primavera, e Paris sofre um atentado à bomba no metro já o Verão ia alto. A Microsoft lança o Windows 95, e Rio Tinto é elevado a cidade. A Playstation faz a primeira aparição nos EUA. OJ Simpson é ilibado da morte brutal da mulher, enquanto um pastor evangélico da Igreja Universal do Reino de Deus dá pontapés numa estátua de Nossa Senhora nos ecrãs de televisão. A Miss Mundo é venezuelana, e a telenovela da RTP é Roseira Brava. Gilles Deleuze suicida-se no mesmo dia em que Yitzhak Rabin é assassinado em Tel Aviv. Ginger Rogers despede-se da vida a 25 de Abril, enquanto Kostadinov, Domingos e Drulovic levaram o FC Porto ao primeiro de cinco campeonatos consecutivos. Em Oklahoma, a 19 de Abril, Timothy McVeigh e Terry Nichols vingam David Koresh e a destruída seita de Waco. Uma bomba é detonada às 9:02 da manhã no edifício federal Alfred P. Murrah, destruindo grande parte do mesmo e provocando o pânico na cidade. Duas outras bombas são identificadas e desactivadas, mas o mundo ficava com o horror de 168 pessoas mortas, incluindo crianças. Na Europa a visão é de um problema interno dos states, coisas de malucos da religião em quintas isoladas e belicismo à flor da pele. Durante muito tempo, foi o pior ataque terrorista em solo norte-americano. Estávamos a seis anos do 11 de Setembro, a 2000 km de Nova Iorque.
domingo, setembro 14, 2008
Radiohead ao vivo, para audição geral
Cite-se um blog que cita um site: o Sound + Vision, projecto de João Lopes e Nuno Galopim dedicado precisamente à imagem e ao som, nas suas infindáveis expressões, alerta para talvez um dos mais extraordinários concertos das últimas décadas. São os Radiohead ao vivo no Santa Barbara Bowl, a 28 de Agosto último. Foram mais de duas horas a revisitar não só o último In Rainbows mas também tudo o resto, de Pablo Honey a Kid A, de Amnesiac a The Eraser (o trabalho a solo de Thom Yorke), num exercício musical (e visual) de difícil adjectivação, diz quem viu. O texto de João Lopes sobre isto está aqui. Mas sublinhe-se o apontar para o texto de Bob Boilen, batido nas andanças de concertos, no seu programa All Songs Considered, para a NPR. Numa era de contínua apropriação de informação com a tarefa incólume de a "vender" como originalidade descoberta por motu próprio, saúda-se a ética e saúde do blog português, escrita e mostrada todos os dias por dois dos maiores profissionais e interessados na área do som e imagem. O texto de Boilen está disponível aqui. E, enorme rebuçado, o concerto também. Tal como outros, como dos Fleet Foxes ou dos Spiritualized, por exemplo.
segunda-feira, setembro 08, 2008
Motelx 2008: balanço

Motelx 2008: Teeth (*****)

Motelx 2008: Sheitan (****)

Motelx 2008: Frontiére(s) (****)

Motelx 2008: Stuck (*****)

sábado, setembro 06, 2008
Motelx 2008: À L'Interieur (**)

Motelx 2008: Animal, el documental (*)

Motelx 2008: Encarnação do Demônio (****)

quinta-feira, setembro 04, 2008
Motelx 2008: Hiena (***)

Motelx 2008: Doomsday (*)

quarta-feira, setembro 03, 2008
segunda-feira, setembro 01, 2008
Motelx 2008: lançamento
Pela segunda vez este ano, o Animatógrafo dedica-se a um festival de cinema. Desta feita, depois do IndieLisboa em Abril, todos os sentidos apontados ao Motelx, Festival Internacional de Cinema de Terror de Lisboa, que ao segundo ano parece dar um salto em frente. O evento começa já esta quarta-feira, dia 3, e termina no domingo, dia 7, sempre no cinema S. Jorge. O Animatógrafo tem dez filmes apontados para visionamento, abrangendo quase todas as secções. Os destaques vão para Doomsday, de Neil Marshall, Teeth, de Mitchell Lichtenstein, Animal, de Angel Mora, Diary of the Dead, de George Romero, e Stuck, de Stuart Gordon. O Motelx organiza-se, desta feita, em volta de uma secção principal, Room Service, mas olha também para o novo terror francês e homenageia o mestre do estilo em terras de Vera Cruz, José Mojica Marins. O também conhecido por Zé do Caixão traz a última ressureição da personagem a Lisboa mostrando Encarnação do Demônio, terminado já este ano e que encerra a triologia começada nos anos 60. Há ainda espaço para uma secção para os mais novos, Lobo Mau, que é um risco (vamos ver como corre), para curtas-metragens, algumas portuguesas, que passam antes das longas e não em secção própria (boa opção num evento ainda não solidificado), e para Doc Terror, secção dedicada a documentários precisamente sobre o género, que nos parece uma excelente ideia. A iniciativa e organização é do Cineclube de Terror de Lisboa, que assim parece mostrar saber crescer com um público específico mas que é claramente do mundo dos vivos. O Animatógrafo fará um esforço para escrever sobre todos os filmes que vir. Que venha o sangue.
domingo, agosto 31, 2008
sexta-feira, agosto 29, 2008
China, França

quinta-feira, agosto 28, 2008
Segurança e o seu contrário
São neste momento 20:28h e o Jornal da Noite da SIC ainda não largou os assaltos, roubos, violência e afins. Os assaltos da noite passada já foram em restaurantes da periferia de Lisboa, onde estavam ainda clientes e proprietários. Churrasqueiras, onde os meliantes levaram, inclusive, a carteira do cliente. O PGR vem mostrar os músculos, como lhe compete, enquanto o Ministério da Administração Interna lança o Secretário de Estado numa posição securitária, para o lado legal da coisa. A "onda", desta feita não mexicana e não em qualquer estádio de futebol, assim obriga. São 20:31h, e a SIC martela. Se há questão que surge aos olhos do público como de interesse público é a da segurança, ou da falta dela. E portanto os media cavalgam. Agosto dá jeito. Agosto, Agostinho, mês rei da "estação xoné". Antes das oito, na SIC Noticias, alguém revelava uma verdade escondida: o volume de crimes violentos, assaltos e etc, está longe do valor, por exemplo, de 2006. Longe, para baixo. Tudo isto me traz à cabeça uma história, também ela não desvelada. Na minha infância, corriam os belos anos 80, era muito comum o suicídio na linha do comboio, nomeadamente na linha de Sintra. Todos os dias a RTP lá estava batida para cobrir a coisa, o carril, a pedrinha onde o tipo tinha caído. Até que a CP fez um pequeno acordo com a então única TV, ao abrigo da qual a RTP se comprometeu a evitar a cobertura noticiosa de suicídios na linha. E por artes mágicas eles desapareceram. Desapareceram mesmo, a partir daí as formas de chegar ao fim da linha passaram a ser outras na cabeça de quem toma a decisão fatal. A segurança é, em termos globais na sociedade, uma sensação. E essa, agora sim, está à mercê de repórteres a precisar de férias, ou de notícias. A "onda" está aí. Daqui por um mês, quando tudo voltar a olhar para o parlamento, e para as eleições presidenciais norte-americanas, e para o regresso às aulas e afins, os meliantes lá terão que procurar alvos diferentes. Porque nessa altura a churrascaria já não dá no Jornal da Noite. A "onda" enrola na areia.