Ecos do Porto I

Nove da noite e o trânsito flui. A rotunda da Boavista ignora o edifício contíguo. No Campo Alegre idosos espanhóis entram e saem de hotéis, divertidos. Duas mulheres jovens e sexuais petiscam ao fundo do balcão, entre frases atiradas ao empregado, que se distrai. Em frente um homem, dos seus trinta anos, janta um fino e dois rissóis, antes de se atirar para a Foz. Nas mesas, mulheres assumidas no seu Verão aproveitam o tempo em companhia. Dois empresários, de cabelo puxado atrás e caracóis ao fundo, discutem a pré-época de camisa aberta. O calor é agora brando, e a cidade mergulha num torpor leve que afasta veraneantes das ruas e devolve os edifícios à escuridão.

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