Ecos do Porto

Nas próximas duas semanas, a Norte.

Viagem ao Passado Recente - III

1987. Em Fevereiro, os Heróis do Mar apresentam o novo album Macau. Em Junho, o convento da Madre de Deus, em Xabregas, ouve pela primeira vez a voz de Teresa Salgueiro em registo gravado. Pedro Ayres de Magalhães, Rodrigo Leão e Gabriel Gomes eram membros dos Sétima Legião, Teresa uma desconhecida descoberta à mesa de amigos, no Bairro Alto. A Vaca de Fogo viria a ser o primeiro single dos Madredeus, que revolucionavam a música pop portuguesa da década de 80 e seguintes. A primeira semana de Dezembro encontrava Os dias da Madredeus, álbum de estreia ancorado na voz de Teresa e numa sonoridade que recuperava algo de tradicional, para o misturar com muito de moderno. Seguiram-se Existir, Lisboa, O Espírito da Paz, Ainda e outros. No entretanto saem Rodrigo Leão, Gabriel Gomes e Francisco Ribeiro, entram Carlos Maria Trindade, Fernando Júdice. O grupo marcou a música portuguesa durante anos, para depois entrar em processo de replay de ideias e sons, acabando por definhar até hoje. O vídeo de A Vaca de Fogo, primeiro grande música, foi realizado por Paulo Miguel Fortes em 1989, que viria também a assinar os clips de O Pastor e Cuidado, em 1991. Tudo isto há, precisamente, 20 anos.

Viagem ao Passado Recente - II

Corria um Dezembro frio, em 1995. Em Março, gás sarin tinha morto 12 pessoas em Tóquio. Em Abril atacava o unabomber. Fangio despedira-se da vida em Julho, enquanto Deleuze punha termo à sua em Novembro. Em Setembro tinha nascido a Playstation. Em Dezembro, frio, Sampaio corria contra Cavaco, que pensava correr a favor do vento. E depois surgem 45 segundos de silêncio e um bolo-rei que ficou para a história política portuguesa. São 45 segundos de ridículo, autismo, prepotência, ignorância, mediatismo, no fim de anos semelhantes, com muito de necessário concretizado mas muito de necessário por fazer. São 45 segundos para saborear. Tudo isto há, precisamente, 11 anos.

Eleições em Lisboa: conclusão

Há uma falência clara e evidente do sistema partidário. Como nas Presidenciais, os movimentos de cidadãos, claramente saídos dos partidos, ganham quase um terço dos votos. Muita da abstenção e dos votos nestes movimentos saíram directamente dos partidos. Claramente, quem vota confia mais em que se desilude com os partidos do arco da governação do que quem vem desse mesmo arco. A dissidência vale votos. Em termos específicos, o atropelo dos outros candidatos, mediaticamente, dá noites eleitorais deploráveis. Uma moda inaugurada por Sócrates em relação a Alegre, que hoje teve várias réplicas consecutivas. Em termos políticos, António Costa, que ganha, tem a posição mais frágil. Não só por ser obrigado a negociar apoios com quase toda a esquerda, mas também porque a Assembleia claramente à direita dificilmente facilitará a vida. A derrocada da direita só surge como surpreendente pela manutenção de Carmona Rodrigues à tona de água, com um passado recente que parece "purificado" pela campanha. Serão dois anos que vão definir outros quatro, por quanto tudo o que se fizer e como fizer, dado o escasso horizonte temporal, determinará as próximas eleições, em 2009. Ou seja, com a situação catastrófica actual, dificilmente a esquerda conseguirá furtar-se a tentar, individualmente, ganhar espaço para a linha de partida. E dos entendimentos que surgirem entretanto nascerão as forças a concurso. Ou as desistências. A cidade, entretanto, espera.

Eleições em Lisboa: Marques Mendes

... agradece ao sacrificado e puxa dos galões para se safar, mesmo mencionando a eleição de Alberto João (que cobrará o favor assim que puder). Mostra-se também como sacrificado, afirmando já candidatura em directas. Os barões devem estar quase a aparecer, agora de faca escondida. Já não é necessário.

Eleições em Lisboa: Carmona Rodrigues

... parece o grande vencedor da noite. Fala por último e surge numa apoteose que a inesperada colagem do resultado de Negrão não faria prever. E começam as ferroadas, sugerindo que as eleições não eram sequer necessárias. De forma óbvia, coloca-se a jeito para coligações, pressionando quem ganhou sem maioria absoluta. De forma óbvia, insiste na vitimização que arrastou os milhares de votos efectivos. De forma óbvia, nunca o passado foi mais limpo.

Eleições em Lisboa: António Costa

... repete a graça de Sócrates e interrompe Roseta para falar. Avança com um plano de acção: desbloquear pessoas, verificar apoios, descongestionar obras, etc. (Simpaticamente, Carmona repete a graça e interrompe Costa). Em noite de eleições, o novo presidente parece mais interessado em falar de lavagem de passeios do que em interpretar resultados e dizer como vai conseguir "governar" a cidade.

Eleições em Lisboa: Roseta

... sublinha a derrocada dos partidos em virtude dos movimentos de cidadãos. Ela que esteve na campanha de Manuel Alegre e que percebeu que era agora o seu momento. A noite vê a primeira afirmação de disponibilidade frontal para colaborar com Costa, ainda que sem cedências em matérias fundamentais de programa. Pragmática, vê Costa roubar tempo de antena entrando em directo antes de tempo. O PS à rasca com o que conhece bem.

Eleições em Lisboa: Fernando Negrão

... fala para dizer apenas que assume o lugar de vereador. O resultado vem da "abstenção" e pouco mais. Análise de resultado: zero. Negrão demarca-se inteiramente das questões políticas, para logo de seguida afirmar que assume o lugar de militante do PSD. Uma no cravo, outra na ferradura, e Marques Mendes que se amanhe.

Eleições em Lisboa: CDS-PP

... assume a derrota, com "pena". Telmo demite-se do grupo parlamentar e coloca o lugar de vice-presidente à disposição de Portas, que aceita o sacrifício. Adicionalmente, vai "reflectir". Fica a ideia de culpas, mas com saída airosa prevista em Conselho Nacional. Já nem o taxi se apanha.

Eleições em Lisboa: SIC

... lança a confusão: Negrão com hipótese de ficar em segundo. O que dá uma volta em quase tudo o que foi dito e é a tábua de salvação momentânea de Marques Mendes. E obriga Carmona a esperar até ao fim.

Eleições em Lisboa: PCP

... faz o seu papel: aponta a fraqueza de Costa e exige condições para viabilizar governação. Para depois cobrar, como lhe compete.

Eleições em Lisboa: Direita e Carmona

Diz Pacheco Pereira, e bem, que o eleitorado penalizou a direita (PSD e CDS-PP) mas não Carmona. Como é que o eleitorado fez a distinção entre o PSD e Carmona, na anterior gestão? Em que é que o PSD foi mais responsável do que Carmona? Parece mais fácil penalizar um partido do que um indivíduo, e na hora do voto, o alvo mais fácil sofre mais. Mesmo quando a responsabilidade é, no mínimo, partilhada. Os portugueses, mesmo os poucos lisboetas que votaram hoje, parecem mais cansados dos partidos que interessados em avaliar os indivíduos. O que pode perverter resultados.

Eleições em Lisboa: lisboetas ausentes

José Manuel Mestre, da SIC, dá com pessoas da Covilhã e de Cabeceiras de Basto no Altis, que nem sabem o que se passa mas vieram em excursão. Outro repórter frisa que as pessoas que aparecem no hall de hotel onde está a equipa de Carmona não são apoiantes mas pessoas que vieram a um congresso. Os lisboetas evaporaram.

Eleições em Lisboa: dificuldades

A maioria na Assembleia é do PSD. Coligação de António Costa com Negrão é impensável, pelo que qualquer que seja o elenco definitivo, vai ter dois anos de eventual bloqueio. Dois anos de ingovernabilidade, ou o PSD não tenha maus fígados.

Eleições em Lisboa: Tvs

... parecem evitar mencionar a situação deixada por Carmona. Não se ouve uma pergunta, um comentário. O PSD será o bombo da festa, Carmona safa-se com arranhões.

Eleições em Lisboa: RTP

... vai para intervalo antes de Sá Fernandes terminar ou responder a perguntas. Começa a perder o comboio, como quase sempre.

Eleições em Lisboa: BE

... reage pelo eleito Sá Fernandes como o PCP em eleições nacionais: sempre ganhando, contra a direita. Nem uma palavra sobre uma new-comer como Roseta. A existir coligação PS-PCP, Sá Fernandes vai ficar a falar sozinho. Como agora.

Eleições em Lisboa: TVI

... conseguiu ter no estúdio Miguel Relvas e Manuel Maria Carrilho. Relvas ataca agora a campanha de Negrão e diz bem de Roseta. Começa o sangue.

Eleições em Lisboa: CDS-PP

...começa com as desculpas da praxe, o número de candidatos, a data, o facto de serem apenas projecções. No fim da noite Portas manter-se-á na mesma, mas a sombra de Ribeiro e Castro, como diz Pacheco Pereira, fez mossa.

Eleições em Lisboa: Roseta

... bate o Bloco e Sá Fernandes. O que é sintomático: já não há pachorra para o Zé.

Eleições em Lisboa: PSD

... reserva o desastre para mais tarde. No final da noite haverá congresso e directas, e tubarões à espera.

Eleições em Lisboa: abstenção

A vergonha: abstenção aprox. 62%.

Eleições em Lisboa: primeiras broncas

Carmona em segundo e Negrão em terceiro = Marques Mendes de saída?
Telmo Correia não eleito.

Eleições em Lisboa: projecção inicial

SIC: António Costa 33,9% (max)

RTP: António Costa 35,2% (max)

TVI: António Costa 34% (max)

Eleições em Lisboa: afluência

O desastre: taxa de afluência às urnas de 15,51 por cento até às 12h00, 27,86 até às 16h00.

Provérbios bizarros (IV)

Homem pequenino, ou velhaco ou dançarino.

Viagem ao Passado Recente - I

Iniciamos hoje mais uma série, desta feita de Viagem ao Passado Recente. Se há álbum inúmeras vezes escolhido como melhor da década de 90, foi OK Computer, dos Radiohead. E se há faixa que marcou boa parte de uma geração, que saía da depressão de uns Nirvana e ainda não se tinha rendido à música electrónica, foi Paranoid Android, que catapultava a banda para uma sonoridade rara à data (bem longe de Creep, por exemplo). Paranoid Android tem mais de seis minutos de duração, o que a torna a maior música lançada pelos Radiohead até hoje e um fiasco nas rádios, que não lhe concedem o tempo. O vídeo é um projecto assinado pelo sueco Magnus Carlsson, criador de Robin, uma série de animação para TV. O vídeo tem, assim, Robin como personagem principal e é uma delícia visual, completamente abstraído de realidade ainda que mergulhado na mesma. A versão que aqui fica, ao contrário da que ainda hoje passa na MTV, é a original, sem censura ou edição posterior. Há bares com putas ao balcão, há funcionários da ONU miseráveis, há auto-amputados, há anjos que jogam ping-pong, há sereias. Tudo isto há, precisamente, 10 anos.


The Bootleg Beatles

Preâmbulo: todos os factos que se seguem foram observados por imperativo profissional, e não por opção própria.


O Animatógrafo (o autor) do Animatógrafo (o blog) teve a felicidade imensa e inolvidável de estar no espectáculo dos Bootleg Beatles, no Porto, na passada quinta-feira. Antes de mais, uma declaração de interesses: existe em mim um profundo nojo por bandas de tributo. Sobretudo porque acredito na força da criação como motor do desenvolvimento cultural e social. E qualquer banda de tributo, nesse e apenas esse sentido da palavra, mimetiza uma qualquer banda com lugar na história. As bandas de tributo, que agora saem debaixo de qualquer rocha, são sobretudo projectos de venda de bilhetes e manutenção de musiquinhas mortas junto de quarentonas algo frustradas e executivos nostálgicos à sexta à noite. Ou à quinta. Dito isto, impõe-se o relato do divertimento total. À entrada, a ideia, do alto dos meus mui recentes 28 anos, de ser possivelmente a criatura mais jovem num Pavilhão Rosa Mota profundamente despido de pessoas. Mentira, não era, mas já lá vamos. Na plateia, da esquerda para a direita: cinquentona de blusa curta a deixar entrever umbigo sobre-estimado e mochila xadrês às costas, para libertar os braços; gajo de cabelinho puxado para trás à custa de gel matinal, camisa aberta e sapatos de vela, para quem a expressão "sacar gajas" não se aplica numa noite ao lado da cinquentona de mochila que atura há cerca de 23 anos. Sublinha-se a pulseira de ouro e os caracois subtis no fim da farta cabeleira, que prometem uma eventual carreira como taxista ou agente de futebolistas, se a empresa der o berro de repente; ao lado, um casal de rapazes ainda atrás da vintena de anos, com profundidade de ritmo e tiques estabelecidos longamente, como pentear a crista dificilmente conseguida, ou dar à anca para o lado direito como se não houvesse amanhã. Nota-se o conhecimento extenso das letras, cuja sílaba não falha o lugar, incluíndo quaisquer la-la-la ou fiu-fiu-fiu mais manhosos; ao lado, família da Foz com menor incluída, de sorriso fora de prazo ao lado da mãe franjada que balbuceia o refrão, lembrando-se do namorado daquele Verão em Espinho (que será feito dele?), pai faz de corpo presente, ligeiramente ondulante apenas para manter coerência visual; na bancada, barrigudo com pouco mais de quarenta, de braços ainda a fugir à artrose, levanta uma perna de cada vez simulando a dança da fertilidade da segunda maior tribo da Gâmbia, assim furtando-se ao ritmo britânico debitado pelas colunas ao fundo; ao lado, casal perto dos 60 bate o dedo no joelho, segurando na outra mão o convite oferecido pela sobrinha da vizinha no condomínio de Gaia, que por sua vez se agita frente à plateia recordando os bons anos 70 ao som de canções de finais de 40. No palco, quatro papuços imitam bem outros quatro de Liverpool, apoiados em plásticas recorrentes, vozes afinadinhas e banda prioritariamente de cordas que esconde o enfado com cara de concentração absoluta e sorriso em defesa da história. It's been a hard day's night.

O preto responsável

Ora, antes de mais:

"Blackle saves energy because the screen is predominantly black. "Image displayed is primarily a function of the user's color settings and desktop graphics, as well as the color and size of open application windows; a given monitor requires more power to display a white (or light) screen than a black (or dark) screen." Roberson et al, 2002

In January 2007 a blog post titled Black Google Would Save 750 Megawatt-hours a Year proposed the theory that a black version of the Google search engine would save a fair bit of energy due to the popularity of the search engine. Since then there has been skepticism about the significance of the energy savings that can be achieved and the cost in terms of readability of black web pages."

E portanto, o Animatógrafo não virou preto por qualquer depressão pós-parto, mas antes por responsabilidade. Adicionalmente, adoptámos o Blackle como a nossa home page. Vejam mais aqui.

República das Bananas

"As eleições autárquicas de 2001 representaram o fim de um ciclo político. Por uma vantagem de 856 votos na noite eleitoral, o PSD foi a principal força política na capital e Pedro Santana Lopes tornou-se presidente da Câmara Municipal, no lugar do socialista João Soares, contribuindo para a demissão do primeiro-ministro António Guterres. As suspeitas de fraude eleitoral levaram o Ministério Público a investigar e, por fim, a encontrar indícios, «se não de uma conduta intencionalmente falseadora da verdade eleitoral, pelo menos grosseiramente negligente do desempenho das funções de membro da assembleia de apuramento geral». Este livro é o resultado de uma análise exaustiva dos documentos eleitorais dessa votação e da recolha de depoimentos de autarcas e pessoas ligadas à campanha de Lisboa. Da sua leitura, sobressairão numerosas discrepâncias reveladoras de um processo de escrutínio eleitoral – desde o recenseamento até à publicação dos resultados em Diário da República – significativamente permeável a erros, à adulteração, intrusão ou intenção dolosa de alterar o sentido de voto dos eleitores, eventuais actos que tornam impossível afirmar com segurança quem, efectivamente, ganhou as eleições de 2001 em Lisboa."

Dá para acreditar?

[Eleições Viciadas?, João Ramos de Almeida, D. Quixote, 2007]

Zodiac (***)

Antes de Zodiac, David Fincher realizou cinco filmes: Alien3, Se7en, The Game, Fight Club e Panic Room. Colocando Alien3 de fora, por ser um formato já pré-definido e onde a margem de manobra é reduzida, temos três grandes filmes da década de 90, e uma tentativa menos conseguida em 2002. Enquanto Se7en, The Game e Fight Club trouxeram Fincher para uma galeria emergente de realizadores que arriscam na forma e concretização, Panic Room deixou-o num limbo. O novoZodiac mantém precisamente a rota. Fincher assinou de início na linha que afirmava "contínua referência circular de argumento". Veja-se como Se7en partia de uma estrutura relativamente estável para baralhar tudo no fim, metendo moral à mistura e provocando a redundância entre as acções de cada personagem (dentro de aquilo que pensas provoco-te e obrigo-te a mudar dentro daquilo que penso). Em The Game a circularidade é premente desde o primeiro minuto, e a aposta na sombra entre real e ficcional é levada ao último segundo, fazendo de cada lugar de segurança uma plataforma de ilusão prestes a ser destruída. Em Fight Club a circularidade é negativa na relação corpo agredido versus espiritualidade, num loop anti-realista que retira o espaço de crítica ao espectador pela afirmação frontal. Disto já pouco sobrevivia em Panic Room, mais preocupado em definir-se como exercício de estilo em ambiente claustrofóbico do que em definir linhas de argumento fora do comum. E chegados a Zodiac a força inicial parece adormecida. Partindo de um romance de Robert Graysmith, Fincher segue o assassino auto-intitulado Zodiac por mais de 20 anos, e o seu relacionamento com uma força policial com défice de coordenação numa Califórnia já fortemente mediatizada. Graysmith, ele mesmo personagem, surge no filme como cartoonista do San Francisco Chronicle onde ganha uma simpática obsessão pelos crimes e pelo pressuposto autor. Assumem-se, desde já, as forças de Fincher: a capacidade de criação de ambiente, quer por uma banda sonora cuidada, quer por planos a pontuar o filme fora dos diálogos, aéreos, urbanos, pensados num imagem global; a solidez de um argumento encharcado de factos, dados, personagens e cruzamentos de tempos; a direcção de uma matilha de actores que não se sobrepõem. Mas Zodiac falha na organização, sendo completamente partido ao meio, tendo o realizador dado espaço à polícia primeiro e a Graysmith depois. Falha na extensão e na profusão de dados, que tornam um filme de duas horas e meia numa abstracção mental que sabe a quatro. Falha na falta de risco, escolhendo uma história ancorada num dimensão real e com diminuto espaço para a suplantar de alguma forma. Ou seja, Zodiac é um filme sólido, interessante, bem construído, mas falhado, sendo de Fincher. Entretanto, o realizador está já em pós-produção de The Curious Case of Benjamin Button , a partir do livro de F. Scott Fitzgerald. Diz o IMDB que o filme "tells the story of Benjamin Button, a man who starts ageing backwards with bizarre consequences". Seja bem-vindo, senhor Fincher, ao seu mundo.