Masturbação

Quinta-feira passada, a 2: transmitia, como é hábito, um documentário à hora de jantar. Àquela hora em que toda a gente vê a boca da Manuela Moura Guedes quase a engolir a camera, a 2: tem a mania de transmitir bons documentários. A semana anterior foi dedicada a Hitler, por exemplo. Na quinta-feira era sobre a evolução cultural do sexo do século XVIII ao XX. Não vi tudo, mas apanhei quando o inglês excêntrico que fazia a narração, em estilo Attenborough "pastilhado", afirmava que os cornflakes foram concebidos no século XIX para combater a masturbação. A explicação é simples: a masturbação, como todos sabemos, tinha uma conotação essencialmente negativa durante a época vitoriana. A comunidade científica britânica acreditava piamente que alguns alimentos ainda ajudavam à festa, desenvolvendo a libido dos jovens de forma a potenciar a masturbação. Entre esses alimentos estavam, pasme-se, o fiambre e a manteiga. Vai daí, um senhor designado Dr. Kellogs decidiu inventar um pequeno-almoço que substituísse os alimentos "libidinosos". Surgiram os cornflakes. Mas os primeiros cornflakes eram tão desprovidos de sabor, que a empresa entretanto criada mudou a sua composição, afastou o Dr. Kellogs e inseriu açucar nos flocos, tornando-os tão "libidonoso" quanto o tradicional pequeno-almoço. Agoram digam se esta não é uma história extraordinária? É a tal coisa da realidade suplantar a ficção...

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