O António

Voltando à questão da pirataria: ainda me lembro quando ia à FNAC e nem sequer tentava ouvir CDs desconhecidos porque sabia que, se gostasse, não tinha dinheiro para os comprar todos. E assim preferia não saber se eram bons. A internet, e mais concretamente, as redes P2P vieram contribuir decisivamente para a democratização do som, no meu caso particular. Porquê? Porque agora vou à FNAC, gasto 1 ou 2 horas a ouvir CDs (por alto, só alguns segundos de cada faixa) e depois arranjo-os online. Uma vez que encaro a audição de música dentro da estratégia de "banda sonora" (ou seja, consigo ouvir coisas muito diferentes porque as enquadro no momento quotidiano e disposição), estou a enriquecer a minha cabecinha. E mais: se gosto muito de um CD, acabo por comprá-lo. Porque "merece". E porque "mereço" um original. E assim compro hoje mais CDs do que quando não existia P2P. Um exemplo. Antony and the Johnsons. O Antony (António prós amigos) é um gajo porreiro. O CD, "I am a bird now", será possivelmente um dos trabalhos do ano. É simples, tem por lá o Rufus Wainwright (cujo novo "Want Two" tb é dos trabalhos do ano), não é espalhafatoso. Creio que se pode classificar dentro do "new folk", também conhecido como "free folk" ou "freakfolk" ou ainda "new weird America". Ou então metam-no na secção de "songwriters" como o Rufus (mas sem o "low profile gay pride"). Ah: e oiçam.

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