Salazar, finalmente

Não, o cabrão do velho não voltou. Mas estreia-se em banda desenhada. Reza a lenda que João Paulo Cotrim foi convidado a escrever "Salazar, agora na hora da sua morte" e que impôs apenas uma condição: total liberdade criativa. Dada a luz verde, o resultado é a minha auto-prenda deste natal, um livro que chega sempre tarde como cedo. O trabalho ilustrado por Miguel Rocha é extraordinário e constitui-se como um objecto cultural essencial para compreender a história recente aqui do rectângulo. Foi premiado no festival de BD da Amadora com o prémio máximo e, pasme-se, com o da juventude. Putos deste país, acordem para o que vos precedeu nas ruas. Comprem, vale mais do que qualquer Larousse de trazer por casa ou Atlas do Industão. Estou convencido que se algum agarrado o gamar numa livraria terá enorme dificuldade em vendê-lo: não só Salazar ninguém o quer, como abre os olhos até a um heroinómano. Salazar era dose, o livro dá uma trip fulgurante no século XX português. A auto-oferecer, egoísmo ao vento.

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