A raça é antiga. Remonta aos idos da carne junto ao osso, e quando eram formatadas à porrada de cacete. Comiam e calavam, e foram apurando uma genética própria, derivada da adaptação ao meio e do desenvolvimento de noções quinéticas profundamente enraizadas no cerebrelo. Uma mulher da filha da puta tem os olhos vermelhos. Acorda, de manhã, sozinha e recrimina tudo o que sabe para se vestir com um objectivo específico, mesmo que narcísico. Durante os seus dias cheiram o musgo alheio com nariz tísico e procuram as presas mais susceptíveis de serem afectadas. Na sua impossibilidade, conformam-se em afastar estas e providenciar lugar a outras que tais, dóceis, sejam homens, filhos, sogros ou gajas. Usualmente ignorantes para além do seu scope, focalizam-se na tarefa corrente de tal forma que tudo o resto é-lhes desfocado da vista, mesmo fisicamente, e assumem uma pose central numa cena imaginada, onde a face e as articulações parecem desenhadas por Paula Rego. Uma mulher filha da puta é um homem com tomates, mas sem pénis. Compensa assim a ausência do membro com braços extra-longos, pele destratada pelo ar condicionado e, por vezes, vitimização interior. Espécimen em expansão sobretudo em países em vias de desenvolvimento, onde acreditam existir território virgem, quando são são de forma inteira, não dando lugar a dúvidas ou ensaios de consciência. As mulheres que se dizem filhas da puta, essas, não passam de produtos frescos de uma sociedade com baixa auto-estima, que se tentam afirmar pela negativa quanto a negativa é positiva, a seu ver. As verdadeiras desconhecem o estatuto pessoal e acreditam ser verdadeiros prodígios de entrega e dedicação a uma causa, seja profissional, pessoal ou futebol de cinco. Bons exemplos são artistas que, colocando a filha da putice ao serviço da arte, não poucas vezes se revelam seres de atracção fatalista para alguns homens. As mulheres filhas da puta são o futuro dos anões.
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