Claro que o post anterior deixou muito por dizer. Por exemplo, que o filme foi feito para HDTV (High Definition Television), o que é incomum para algo que acaba por estrear em sala. Que Anna é um fantasma que paira sobre todos os personagens, da qual só temos uma fotografia a preto e branco em pose de anos 60. Mas cuja presença é de tal forma forte que influencia todas as relações presentes no filme. Que a jovem Karin, cujo corpo é de Julia Dufvenius, toca violoncelo como quem faz amor com um homem perfeito, numa relação inegavelmente erótica: o instrumento encosta-se ao corpo de Karin, deixa-se manobrar como se abraçado, por trás, como uma presença masculina que não se impõe e se deixa embalar pelos dedos firmes e pelas pernas tensas da actriz. Não como uma mãe abraça um filho, enfrentando, de frente, o seu afecto, mas como quem o conduz no mero facto de estarem, os dois, em contacto.
0 comments:
Enviar um comentário