Há alturas na vida de um homem em que é preciso dizer
foda-se!
e diz-se
foda-se!
e segue-se, e ergue-se a cabeça e volta-se a baixar e o nevoeiro ribeirinho que se forma nas frontes acumula-se, estende-se, comprime-se, condensa-se. E pensa-se. E o muro engorda à aproximação do carro, e a estrada emagrece à compressão do retrovisor. E há uma criança no meio dos estofos comidos, e levanta-se a gola e grita-se
foda-se
baixinho
foda-se!
até o fundo da rua ser o princípio de um beco que nunca pensámos tão belo.
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