docLisboa 2005: Nous/Nihna (***)

Mais do que um documentário, os 13 minutos de Nous/Nihna (Nós) tentam criar uma imagem de afecto. A libanesa Danielle Arbid filma o pai na consciência da sua morte e tendo presente a arma que sempre os dividiu. De natureza pessoal e quase intransmissível, Nous só chega a documentário pela forma como coloca a questão dos afectos humanos, em momentos respirados de imagens que ficarão como memórias. A arma que dormiu anos a fio debaixo da almofada do pai de Danielle ganha um espaço de personagem central, apesar de apenas surgir no início, de rompante. É a arma que nos diz que estamos no Líbano, é a arma que nos diz que entre aquele pai e aquela filha há separações insondáveis. Ainda assim, Nous é mais um documento do existir do que do propor, uma reflexão muito breve sobre o que está.

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